Meu primeiro e único encontro até agora com a arte, foi em um antiquário no qual deparei com uma bela esfinge interiormente iluminada.

Sobre ela, Cleópatra, irradiando a perfeição em suas formas esculturais, e, a pequena estátua de uma cigana, que me cativou com seu sorriso e meigo olhar, que até esqueci de indagar, qual foi o escultor que conseguiu transformar a massa informe, em algo tão bonito que atrai a atenção e prende o olhar.

Fico encantada quando pela televisão ou em gravuras vejo, o talento do artista que com algumas pinceladas, dá vida, dá cor, alegria ou dor, transmitindo para o presente e o futuro, mensagens da época ou passada;

Ou, os escritores que com as palavras brincam, encadeando belos temas, poemas, ensinos, fantasias.Com elas todas as ciências conseguem explicar. Com elas também, se pode destruir, caluniar, mentir e inventar histórias banais.

Há, ainda, aqueles que com sua voz conseguem maviosas melodias, de encantos naturais.

Também a orquestra bem regida e cheia de harmonia eleva nossa alma em êxtase sem igual.

Os atores que trazem até nós os dramas, anseios e cultura do povo em geral. A graça e beleza dos bailarinos no palco a rodopiar, transmitindo sua arte em movimentos graciosos, arrancando do público aplausos e emoção.

Quando iniciei estava completamente nua e sem bagagem, e, estou grata ao Mestre e companheiros, que de tempos em tempos vislumbro ao longe em suas belas vestes e muita bagagem, a caridade de fazerem que não vêem a minha nudez e me sorriem com bondade.

Quanto eu aprendi nas atividades reflexas, instintivas e deliberadas. Seus bloqueios ou perturbações.

E a certos trechos do caminho, onde a aspereza me travava as pernas, alguma coisa me chamava atenção, e, eu assim, conseguia cambalear mais um passo.

Como os caminhos da vida psíquica, da regressão da memória, onde Pitágoras afirmava lembrar de algumas encarnações. A dor e o prazer nas alterações que provocam, nas funções normais do organismo.

Quantas coisas a me prender a atenção que até esquecia a minha nudez.Como me senti fortalecida e incentivada, pela introdução da Lição IX, mesmo não sabendo corretamente sua tradução, onde Joze Ingenieros, assim se expressou: “ Los hombres ignorantes vegetam”. A pirâmide de Nicole Pende com todas as suas revelações e no mundo das idéias onde nos fala da Caverna de Platão, em cada parágrafo vai surgindo tanto enlevo em suas explicações.

Tantas barreiras e ainda vez mais a minha nudez, quase me fizeram de desistir de continuar a minha viagem, não fosse o Mestre amigo com sua sabedoria a me incentivar a seguir ou retroceder, para que eu livremente pudesse escolher, o transpor todas as barreiras e ir cobrindo-me com retalhos, ou atrás das barreiras continuar com minha nudez. E, assim, graças a ele continuo nesta difícil, mas bela caminhada.

Refletindo em cada vale um ensino. No contexto do comportamento humano e no mundo subjetivo de cada ser. O caminho que percorre o espírito em busca do conhecimento, ou ainda, o mundo fenomênico.

Em tudo há lógica e grande saber, de forças que desconhecemos e que estão acima do intelecto humano. Na essência Eterna que tudo envolve, ou, nos Princípios Cosmológicos e Problemas do Ser, o olhar se depara com uma infinidade de coisas para aprender. E ao penetrar nas leis gerais, quantas perguntas mais a se desdobrarem na minha mente e a fazer com que me sinta pequenina, mas é tão extraordinário. Não me sinto humilhada, e, sim, com forças duplicadas para seguir mesmo me arrastando em meio aos meus farrapos, nesta incrível caminhada.

O estudo da Alma e da Vida, do Bem, Justiça e Perfeição, até chegar à noção do belo e ter a percepção da Beleza de uma sinfonia, ou, a contemplação de algo digno de ser admirado e que transmita alegria e emoção, para repouso da mente e paz no coração.

E assim cheguei até aqui nesta jornada laboriosa. Não posso contar louros de glória, mas me arrastando em meus farrapos, pequena fortuna íntima acumulei. E neste ponto da jornada, um pedaço de meus andrajos rasguei e minha bandeira de vitória finquei.