Você, você, você sempre a me fazer sofrer.

Me olha e não me vê.

Ao tocar-me não me sente.

Fala comigo e não me escuta.

É sempre esse total desencontro.

Quando procuro por você,

Sempre estás distante.

Não sabes o que eu gosto,

Nem o que sinto.

Sentamos ao lado da mesma mesa

E na cama dormimos.

Até quando viveremos assim como desconhecidos?

22 de agosto de 1984.