Minhas mãos não são bonitas

Porém gosto muito delas,

E fico sempre a pensar,

Como podem certas pessoas tão mal as usar.

Elas são benditas em tudo o que fazem.

Elas nos lavam, nos vestem, nos alimentam e nos embelezam.

A todos os instantes do dia, elas são incansáveis.

Eu agradeço muito a tudo quanto elas

Já fizeram e fazem.

Desde pequenas lavaram, cozinharam, limparam,

Toda sorte de trabalhos elas já provaram.

Fazem carícias, embalam crianças,

Plantam hortaliças, colhem flores.

Apertam com carinho e amizade outras mãos,

E amassam o pão de cada dia.

Ainda costuram um pouco, fazem tricô,

Bordam o pano e para variar,

Às vezes um crochezinho.

Cuidam de doentes e fecharam os olhos de muitos no olhar derradeiro,

Dentre eles, o da própria mãezinha,

Com todo o amor que elas têm.

Trabalham desde manhãzinha até tarde da noite,

Mas não esquecem à tardinha de se juntar,

E agradecer pedindo ao Ser Maior,

Benção e paz a toda humanidade.

04 de novembro de 1983.