Foi em certo dia, quando pela primeira vez de uma certa reunião participei.

Ao bater no portão, em seguida ele se abriu e um rosto alegre me sorriu.

De relance, me tomei de amizade por tão meiga figura.

Penetrando no recinto foi como reencontrar com algo que não sei explicar.

Lá chegaram várias pessoas, dentre elas, o Sr. Sadi Cabral que além de ator, é poeta.

Vou tentar no papel transportar, todas as emoções dos minutos que lá passei.

Estávamos sentados e subiu à Tribuna aquele senhor que me abrira o portão, e que por sinal era o Professor. Fiquei sabendo que seu nome era Rosala Garzuze.

Enquanto ele nos falava, era o Sr. Sadi que chegava, e, o Professor, levantando-se para ir ao seu encontro nos indicava: este é o vovô das novelas.

Que inesquecível emoção a que fomos transportados.

Que coisa bela e divina é a amizade. Não precisa de palavras, apenas os olhos molhados de lágrimas nos dizem da sua grandiosidade.

E embora o abraço não ser no plano material, fomos por ele beneficiados espiritualmente por sua intensa vibração, que tocou todas as fibras do nosso coração.

Assim, neste clima de paz a reunião continuava.

O Professor, o Sr. Rosala, chamou os alunos que há mais tempo aquele recinto freqüentavam, para falarem sobre os cursos que ele ministrava.

Eu estava atenta. Não queria palavra nenhuma perder, mas quando menos eu esperava, também fui convidada a algumas palavras dizer.

Fiquei tão embaraçada, com as pernas a tremer, mas, mesmo assim decidi: que tenho eu a perder?

Já que estou aqui, não tenho onde me esconder.

E à Tribuna eu subi pela primeira vez.

Com um nó na garganta, algumas palavras balbuciei.

Com o rosto a queimar e o coração forte a pulsar quase desmaiei, e, assim me desculpei, por não ter dotes intelectuais para poder me expressar, mas, desde aquele dia, como por encanto não paro de escrever, escrever, escrever a todo momento.

Penso que é para, da próxima vez, não ter que dar desculpas de não poder me expressar e assim tenho que escrever, escrever até aprender.

Aquele dia com todas as suas contraditórias emoções foi um dos mais felizes que passei.

Obrigada Ó Ser Maior e Senhor dos Mundos.

Obrigada Professor.

Obrigada às doces vibrações que me acompanharam e não consigo esquecer.

Espero poder, mesmo com todas as minhas limitações, alcançar aquilo que minha alma busca sem cessar, que é a amizade e o saber puro e simples que nos traz a paz.

30 de outubro de 1983.