Ao me perguntarem em criança

O que vai ser quando crescer?

Alegre eu respondia

Advogada serei, se professora não ser.

Sim. Eu queria professora ser

Para ensinar o saber

À tantas crianças que crescem

Sem saber ler.

E as conseqüências tristes

Mais tarde que podem acontecer,

Por não terem podido aprender;

Ou advogada serei, assim pensava,

Pois também as crianças poderei ajudar

Mais tarde quando já homens e mulheres

De mim poderiam precisar

Ao sofrerem maldades ou injustiças

De homens sem compaixão.

Eles sim, é que deveriam atrás das grades estar.

Mas não sou nem uma, nem outra coisa,

Mas não perdi a esperança de ainda poder ajudar

A muitas crianças que pela vida estão a passar.

30 de outubro de 1983.